domingo, 22 de janeiro de 2017

10 plantas que curam






“A flora nacional concentra a maior biodiversidade do mundo. São 55 mil espécies catalogadas, o correspondente a 20% do total distribuído pelo planeta”, dispara o médico Roberto Boorhem, presidente da Associação Brasileira de Fitoterapia. Esse tesouro natural é uma oportunidade de avançar na descoberta de novos tratamentos médicos, desde que utilizado com critério científico.

Antes de tudo, apague a crença de que tudo que é natural não faz mal. “As plantas necessitam de recursos químicos para se defender, como alguns alcaloides, que, por serem amargos e tóxicos, afastam predadores, ou óleos essenciais, que atraem aves para a polinização”, exemplifica a farmacêutica Ivana Suffredini, da Universidade Paulista, na capital. “Assim como algumas dessas substâncias podem atuar positivamente no organismo humano, outras provocam sérios danos”, alerta.

Outra confusão que precisa ser desfeita é usar os termos plantas medicinais e fitoterápicos como sinônimos. “Fitoterápicos são remédios, que passam por uma rigorosa avaliação de segurança e eficácia em seres humanos, com uma concentração de ativos padronizada, o que nem sempre ocorre com as folhas para o preparo de chás”, diferencia a geriatra especializada em fitomedicina Rita Ferrari, de São Paulo.

Não quer dizer que a população tenha de abandonar as infusões, respeitando-se algumas medidas de cautela. Com o respaldo de investigações sérias e de anos de uso popular registrados, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma lista de 66 espécies eficazes, com suas respectivas indicações de uso. As plantas mencionadas nesta reportagem aparecem nessa relação e são rotuladas como drogas vegetais. “Esses chás devem ser consumidos somente para alívio de sintomas agudos, sem ultrapassar 30 dias. A utilização prolongada exige o acompanhamento de um médico ou nutricionista”, esclarece Boorhem.



1. Passiflora: famosa por seu poder calmante, a folha do maracujá entra na fórmula de fitoterápicos e é receitada por especialistas no tratamento de ansiedade.

2. Aroeira-do-sertão: na Universidade Federal do Ceará, a farmacêutica Mary Anne Bandeira elegeu essa espécie para desenvolver uma fórmula fitoterápica contra infecções ginecológicas.

3. Valeriana: matéria-prima de fitomedicamentos, essa espécie aumentaria a disponibilidade de certos neurotransmissores, aplacando a ansiedade.

4. Boldo-do-chile: a espécie não é aquela com textura aveludada, que os brasileiros costumam colher no jardim – e sim outra, proveniente do Chile, que de fato ajuda na digestão, como comprovou o levantamento realizada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior paulista. “A boldina, principal componente do vegetal, estimula a secreção da bile, substância produzida pelo fígado que atua na digestão de gorduras”, confirma o biomédico João Ernesto de Carvalho, do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas e Biológicas da Unicamp.

5. Carqueja: “assim como o boldo, a carqueja favorece a produção da bile, facilitando a digestão”, conta Carvalho. Não para por aí. Há registros de redução das taxas de açúcar no sangue, além de propriedades antiúlcera e anti-inflamatórias, que auxiliariam no tratamento de artrites.


6. Alecrim: atua no combate à depressão. No cérebro, a planta inibe a degradação dos neurotransmissores serotonina, dopamina e noradrenalina, responsáveis pela sensação de bem-estar.

7. Guaco: aclamadas por aliviar sintomas de bronquite, asma e tosse, as folhas de guaco têm efeito paliativo para casos agudos de doenças respiratórias. 

8. Espinheira-santa: há séculos empregada pela população em forma de chás, a planta atenuaria azia e mal-estar estomacal.

9. Erva-baleeira: seu óleo essencial é matéria-prima de um consagrado fitomedicamento fabricado pelo laboratório Aché: um creme anti-inflamatório de uso tópíco, indicado para aliviar dores musculoesqueléticas e tendinites.

10. Barbatimão: típico do cerrado, concentra substâncias de grande potencial cicatrizante. Por isso, tornou-se alvo de interesse do laboratório Apsen, que, após 17 anos de pesquisas, lançou uma pomada à base de seu extrato.

Fonte: Redação M de Mulher



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